O Brasil teve mais de 2 milhões de novas empresas abertas no primeiro semestre de 2022, segundo levantamento da Contabilizei, a partir de dados da Receita Federal, obtido com exclusividade pela CNN Brasil.
O levantamento aponta que há diversos fatores macro e microeconômicos que devem ser levados em consideração ao justificar essa evolução. Entretanto, vale a análise de que, apesar de o país enfrentar um cenário global desfavorável, os brasileiros seguem empreendendo.
Os dados ressaltam ainda que, nos últimos anos, o Brasil alcançou poucas vezes a marca de 2 milhões em apenas um semestre.
De 2.016.481 milhões de empresas abertas no Brasil, 78,48% são MEIs (microempreendedores individuais), o equivalente a 1.582.628 mil CNPJs. Enquanto 21,52%, o equivalente a 433.853 mil, são não MEIs (microempresas, empresas de pequeno porte, empresas de grande porte).
O mês de maio apresentou o maior registro de empresas não MEIs registradas no primeiro semestre, somando o total de 79.880 novos CNPJs abertos. O número supera o mesmo recorte de 2021.
O setor de serviços representou mais da metade do total de CNPJs abertos no primeiro semestre, com 60,41%, seguido por comércio e indústria, respectivamente.
No primeiro semestre de 2022 foram abertas 1.218.222 empresas de serviço, um crescimento de 8,1% no setor ao comparar com o mesmo período do ano passado, que teve 1.127.375.
Segmentos que puxaram esses dados são transporte, armazém e correio, que representam um crescimento de 19,9%. Já atividades administrativas e serviços complementares alcançaram um acréscimo de 16,9%, enquanto educação evoluiu 12,7% e saúde e serviços sociais aumentou 7,2%;
Por mais de 10 anos consecutivos, os estados do Sul e Sudeste lideram o ranking de abertura de empresas no Brasil. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul permanecem no topo da lista, sendo os 5 estados que mais abrem empresas no país, respectivamente.
De acordo com o vice-presidente de Growth da Contabilizei, Guilherme Soares, entre 2015 até 2019, o mercado de abertura de empresas já vinha em uma crescente bem significativa no Brasil, de 11,1% quando comparamos o primeiro semestre com o ano anterior.
“Devido à pandemia mundial, o 1º semestre de 2020 sofreu um decréscimo de -1,8% no número de aberturas quando comparado a 2019. Assim, acreditamos que esta alta na abertura de CNPJs pode ser explicada pelo fato de que estamos voltando ao ritmo de pré-pandemia”, explica.
Para Soares, diversos fatores impulsionaram o empreendedorismo no Brasil e um deles foi o impacto da pandemia na economia nos últimos dois anos. Milhares de pessoas perderam o emprego e, para recuperar a renda, abriram o próprio negócio.
Outras já tinham um negócio informal e optaram por regularizar. A maioria abriu o seu CNPJ pelo MEI, devido à flexibilização permitida pela Reforma Trabalhista ou para viabilizar um micronegócio que estava nos planos há anos e saiu do papel no momento atual.
“O importante é que o brasileiro está mudando o comportamento em relação ao trabalho: cada vez mais vemos pessoas empreendendo, o que é excelente para a economia do país”, disse o executivo.
Soares completa mostrando que, de acordo com o comportamento dos últimos anos (retirando o período atípico da pandemia), a projeção é de uma alta de 2,7% (2.070.925) para o segundo semestre.
Mesmo em um cenário inflacionário e também de período eleitoral, a economia brasileira vem mostrando sinais de recuperação, segundo ele. A expectativa é de estabilidade no número de abertura de empresas para os próximos meses, com um leve acréscimo neste período do ano.
Para 2023, ao analisar os dados de períodos anteriores, a perspectiva é positiva e comporta um crescimento de 8,6% (histórico de crescimento dos últimos anos), com expectativa de mais de 4,35 milhões de aberturas para 2023.
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